quarta-feira, 15 de julho de 2009

Procuro. Procuro-te. Anseio-te, respiro.

Caminhos, meus passos seguem o cheiro da tua essência, pelas tuas ruas, onde percorres sozinho o trilho da noite. Quero. Quero-te. Busco em mim, nos pedaços que se interligam, como marionetas, um pouco de ar, força vital, realidade. Encontro apenas o anseio, o desespero, a infindável busca do teu corpo nas noites em que nos encontrámos, das tuas mãos, suaves e quentes, percorrendo cada trilho do meu rosto, afastando-me gentilmente o cabelo, gargalhando no meu pescoço, soprando o desejo em cada faísca do olhar.

Procuro-te. Despedaço cada parte de mim, a cada sorriso forçado, a cada passo que me distancia. Mas vem ela, a noite, que me abriga dos sinais do tempo. A noite que me trás a tua brisa, como uma canção antiga e confortável. Olho em volta, percorro distraidamente cada ser com quem me cruzo, mas não chega. Não chegas.

Anseio-te, respiro-te, amo-te. Aproxima-te, chega-te a mim, sorri-me, admira-me, toca-me. Brinca, provoca-me, invade-me. Toma-me, despe-me, beija-me. Funde-te em mim.

Procuro-te, percorro-te, estendo-te os braços. E encontro somente uma madrugada fresca e majestosa. Vazia. Só.

2 comentários:

  1. Lindíssimo, apesar da tristeza latente (e não é a tristeza o alimento dos textos mais sentidos?)

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  2. Existe tristeza, sim... mas é como referes, é uma tristeza alimento, não uma tristeza devoradora...
    Beijo.

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