terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sonhos e cavalos selvagens

A vida sabia a mistério, liberdade, oportunidades únicas e portas que se abriam. Ela nunca havia vivido tão intensamente. Vibrava a cada inspiração, sabendo que queria, precisava aproveitar todo o ar, os sorrisos, as notas musicais, todos os cheiros.

Ele deu-lhe esses instantes. Cada olhar era uma história nova que se desenrolava. Naquela troca as promessas cresciam, como doces a fermentar no lume, o perfume adocicado despertando paladares. Sorrir-lhe ou fazê-lo sorrir abria um sonho. Daqueles, eternos, com cavalos brancos à mistura.

Quando passaram dos olhares aos passeios, o céu, as estrelas e a Lua tornaram-se as companheiras diárias, cujos reflexos no planeta os faziam querer manter a noite para sempre. Depois veio o subtil toque, o sabor a maresia dos lábios, o desejo ardente acreditar nos sonhos, nas histórias, nos bolos a fermentar, nos cavalos brancos e selvagens, nas estrelas e no salgado verde da brisa.

E depois... o lento distanciamento, quebrando sonhos e corações. O olhar discreto, ainda fazendo estremecer joelhos. As mensagens dúbias, os longos silêncios.

Outras histórias, outras realidades... e um adeus que parecia impossível de acontecer, mas que era apenas e somente a única parte que pertencia à realidade.

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